quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Uma Experiência Maravilhosa e Sobrenatural


Eu estava a orar junto ao Sacrário antes do início do Grupo de Oração. Senti muito forte em meu coração que deveria estar a sós com o Senhor, retirado em um local propício a oração.
Após o termino do Grupo orei novamente pedindo ao Senhor uma confirmação daquilo que estava sentindo, afinal eu teria que me ausentar de minhas atividades por esses dias. O Carlos orou comigo e a Palavra confirmou meu sentimento. Não era simplesmente uma “idéia”, era algo muito forte, do tipo que faz o coração acelerar e inebria os sentidos.
A Palavra lida deu-me a idéia de que eu deveria procurar um monte e lá estar por um período. Confesso que pensei em como iria me instalar em um monte por dias.
A questão da segurança, infra-estrutura (Banheiro), pois estar em um local deserto sozinho implica muitas coisas.

“Estejas pronto pela manhã para subir ao monte Sinai. Apresentar-te-ás diante de mim no cume do monte”. (Ex 34,2)

Diante dessa Palavra eu não tinha mais duvidas. Deus me chamava a um retiro.
Mas minhas preocupações caíram por terra quando Deus usou o Carlos para esclarecer seu querer. Diante da minha insegurança o Carlos me perguntou porque eu não iria à Canção Nova, lá também é um monte.
Aquilo foi como água fresca em garganta sequiosa.
Era isso, Canção Nova!
Juntei o pouco dinheiro que tinha, calculei quatro dias e fui na fé.
Peguei o ônibus na rodoviária do Tiete para Cruzeiro. Antes do Ônibus partir entrou um vendedor de suco cítrico, essas garrafinhas de plástico. Comprei e tomei uma delas.
Junto com o suco veio uma ou umas bactérias que não constavam no rótulo. A conseqüência foi uma infecção intestinal companheira que me acompanhou durante todo o meu retiro.
Quando cheguei à Canção Nova em Cachoeira Paulista, eram mais ou menos 11:00 h da manhã e percebi que seria mais difícil do que imaginei. A Canção Nova não tinha toda essa estrutura que tem hoje. Não havia quartos disponíveis na Canção Nova, eu não tinha barraca de camping e quartos na região eu não podia pagar, pois tinha que me alimentar e não dava pra fazer as duas coisas. Optei em me alimentar.
Havia uma tenda, como um circo, onde homens podiam esticar colchonetes e dormir.
Isso era bom, só que eu não tinha colchonete. Mas a providência Divina nunca desampara. Havia uma mesa de madeira revestida em fórmica dentro desse espaço.
Ela media mais ou menos 2.00 metros em seu cumprimento, 80 centímetros de profundidade e 90 centímetros de altura, era bem alta. Essa foi a minha cama durante os quatro dias que estive em retiro.
O Primeiro dia foi bem, Com exceção da infecção intestinal que me causou uma diarréia que não me deixava ficar muito tempo em oração ou a ouvir as pregações.
No segundo dia a mesma coisa. Mas no começo da noite as atividades terminaram, todos seguiram para o banho, jantar e ficamos livres até as 02:00 h da madrugada, quando haveria Missa na Capela. Depois de tomar banho e jantar, peguei o violão e me afastei para longe, onde só havia mato. Um pouco antes de onde é o novo Rincão do meu Senhor. Sozinho, sentei-me no chão, tomei o violão e comecei a louvar e adorar a Deus. Fui tão profundo que me esqueci de tudo ao meu redor. Em certo instante naquele momento, olhei para o céu e vi como um manto de fogo sobre o lugar onde eu estava, era como se as nuvens estivessem em chamas, mas um fogo suave e calmo. Aquilo permaneceu ali um bom tempo e me levou a louvar a Deus com ainda mais entusiasmo. Acho que perdi a noção de volume e caprichei. Caprichei tanto que chamei a atenção do guarda que estava longe.
Quando ele chegou eu estava a Louvar, olhando para o céu. Ele se aproximou com todo o cuidado e respeito e me colocando a mão ao ombro me convidou a voltar, pois a Missa das 02:00 h ia começar e eu não poderia ficar ali, tão afastado. Senti vontade de perguntar se ele estava vendo o que eu via, mas fiquei acanhado. Agradeci a Deus, levantei-me e o acompanhei. Quando eu cheguei à tenda, já não havia mais nada no céu além de nuvens comuns e estrelas.
O terceiro dia foi muito bom também, e eu estava melhor da infecção intestinal.
No quarto dia amanheci com dinheiro para uma única refeição e a passagem do ônibus.
Era cedo e eu estava com fome, mas se eu tomasse café, não almoçaria. E eu preferia almoçar. Mas eu sentia fome, então fui até a moça que vendia os tickets para o café e lhe falei o que acontecia. Ela me disse que não podia dar os tickets de alimentos. Fiquei decepcionado com a resposta, eu não esperava por aquilo, envergonhado e cabisbaixo fui saído meio de lado, tipo, com as mãos no bolso chutando uma pedrinha aqui, outra acolá, olhando para cima, assoviando qualquer coisa... Apesar de ter vontade de sair correndo... rs.
Quando consegui virar-me de costa para sair dali, a moça me chama. Olhei-a de lado e ela fez sinal com a cabeça para eu me aproximar. Estava com dois tickets na mão, deu-me olhando para os lados e disse-me para ir logo tomar café.
Quase recusei, mas eu sentia um vazio enorme dentro de mim.
Tomei café com leite e comi uma coxinha. Ô coxinha abençoada!
Deu pra agüentar até o almoço.
O restante do dia também foi uma benção.
Quando chegou a hora da celebração de encerramento a tarde, fiz uma reflexão dos dias que passei ali, ofertei a Deus todo o sofrimento, as dores nas costas e a diarréia principalmente. Agradeci pela comunhão que sentia com Deus, pela própria Canção Nova existir para nós. Por todos aqueles dias de bênçãos.
Estávamos no antigo Rincão. Onde havia um palco a frente, sobre o qual estava o altar e nas laterais era aberto, via-se a ruazinha da Codimuc e do posto de saude ao lado e o céu. Pois foi no momento do Glória que olhei e vi uma coluna de nuvens que se juntaram e montaram em si a Imagem de Nossa senhora segurando com os braços estendidos O Menino Jesus a sua frente. Como quando se ergue uma criança com as mãos entre o tronco e a parte interna do braço. “nas suas axilas”, pronto falei ...
A Imagem ficou muito tempo e quando começou a se desfazer já era momento da Santa Comunhão. A imagem quando ia se desfazendo trazia a Criança mais próxima ao rosto da Mãe. Por fim a imagem se desfez em um beijo da Mãe em seu Filho.
Terminou a Missa, terminou o meu retiro. Voltei revigorado, transbordando Unção.
Que maravilha é ser amigo de Deus. Não há Neste mundo prazer que se iguale ao de estar na Graça de Deus.
Paz e Bem a todos.

“Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto”.
(Isaías 55,6)

Nenhum comentário: