sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Milagre em Peruibe


Um episódio gratificante e exaustivo foi uma viagem que fizemos para Peruíbe, numa região que fica dentro da reserva ecológica da Juréia.
Para quem conhece, o local de nosso destino fica depois da Cachoeira do Paraíso ainda mais 2 km. Depois de atravessar a cidade de Peruíbe tínhamos que subir uma serra e viajar mais 21 km, Por uma estrada de terra cheia de pedras e muito acidentada, um caminho difícil e sacolejador. Era um sitio. Foram vários carros e a intenção era passar um final de semana em comunhão com a natureza, descansando e sem compromissos.
Mas Deus tinha outros planos para nós, como sempre. rs
A viagem que em media durava 2 horas e meia, durou bem mais. Estávamos em uma Kombi de propriedade no “Nenê”, esposo da Palmira (†). Os carros que foram conosco sumiram na estrada, bem adiantados. Nós íamos mais devagar porque o carro era mais lento.
Fomos bem até depois da serra de Peruibe. A noite já se aproximava e ali não há casas, nem comercio só a natureza como Deus a criou. Quando a gasolina acabou, estávamos exatamente no meio do nada. Os carros a frente tiveram que chegar ao destino para perceberem depois de algum tempo que havia algo errado e já deveríamos ter chegado lá também. Então um dos carros veio ao nosso encontro. Aquele caminho tão acidentado consumiu mais combustível do que se esperava e recebemos desse outro carro um pouco de combustível para chegar. Seguimos em frente. Já era noite. A Kombi parou uns três quilômetros à frente. Estava quebrada e não daria para seguir viagem. Colocamos as crianças no carro da frente e ficamos na Kombi. O Nenê insistiu para que eu fosse também para poder descansar mais confortavelmente. Ouvir dele aquilo foi uma tentação para mim, mas eu não poderia deixá-los ali no meio da reserva da Juréia sozinhos. Então ficamos eu, o Nenê, a Palmira(†), sua esposa e seus três filhos, sendo que a mais velha tinha 17 anos. O silencio daquele lugar só era quebrado pelo som de águas que não conseguíamos identificar de onde vinha, o som da mata e de animais.
Fizemos uma fogueira a frente da Kombi e ali começamos a cantar louvores.
Logo se tornou uma vigília e começamos a orar, a cantar e exaltar o Nome Santo de Deus.
E até mesmo a agradecer por estarmos ali naquele lugar distante de tudo e de todos, sentindo o cheiro de mato, ouvindo a musica que vinha dos riachos, ouvindo os animais, obras da criação a louvarem seu Criador e nós estávamos unidos a toda a criação em louvor e adoração ao Altíssimo. Foi uma grande benção, nosso espírito estava cheio da graça de Deus e nossos corações transbordavam seu Amor. Foram muitas horas de louvor, acredito que louvamos sem parar das 21:00 h às 06:00 h mais ou menos. No meio da madrugada as crianças do casal foram dormir dentro da Kombi, nós continuamos e não queríamos parar. Quando o dia começou a clarear as primeiras nuvens eram mais escuras que o céu, eram como uma sombra. Olhei a frente no céu e sem nada dizer, fiz um gesto com a cabeça para que o Nenê e a Palmira se virassem e olhassem, confirmando se estavam vendo o mesmo que eu. Olharam então e estupefactos começaram a glorificar a Jesus por sua bondade e misericórdia, ao que eu também me uni a eles, pois viam o que eu vi. Não era uma alucinação de minha parte.
Aquelas nuvens mais escuras se moldaram e reproduziram em si o Rosto de Cristo.
Não era algo que você tinha que firmar a visão ou tentar decifrar, não! Era muito claro, como a imagem de um quadro em preto e branco. Nítido, verdadeiro, obvio, sobre-humano, mas sobre tudo um sinal da aceitação de nossa vigília por Deus.
Vieram nos buscar e guinchar a Kombi. Ainda pegamos o café da manhã.
Comentamos com todos a graça que se nos aconteceu e eles responderam que a única coisa que viram por toda a noite foi pernilongos sanguinários.
Dormimos e na parte da tarde fomos nadar na Cachoeira do Paraíso, em suas águas minerais, geladas e deliciosas. Terminamos o sábado com oração.
No domingo acordamos cedo, fomos novamente à cachoeira, aliás recomendo: Se um dia for à Peruíbe visite a cachoeira do Paraíso.
Depois da cachoeira fomos almoçar. À tarde fomos ao povoado que fica aos pés da cachoeira, conversamos com as pessoas ali e conseguimos a escola local para fazer um encontro de louvor e oração. Avisados em cima da hora, os moradores locais vieram as pressas. Logo aquele pátio estava repleto de homens, mulheres e crianças. Cantamos e oramos com eles, depois lemos o Evangelho do dia e explicamos-lhes. Em meio ao clima de oração um homem chamou-nos a atenção, pois chorava muito. Oramos por ele e depois soubemos que seu pranto se devia a um homicídio que cometera no passado. Foi-lhe anunciado o Amor do Pai e sua misericórdia, pena não termos tido condições de dar-lhe acompanhamento.
Voltamos para São Paulo maravilhados, por tudo o que o Senhor nos proporcionou naquele abençoado fim de semana.
Paz & Bênçãos.

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