quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto.(Isaías 55,6)


Um homem de mais ou menos uns trinta anos,
Solteiro, bonitão, filho de uma família muito rica e tradicional de Minas Gerais.
Seus bisavós eram fazendeiros, senhores do café e da cana de açúcar.
Seus avós seguiram esse caminho e sua família era dona de uma das maiores refinarias de açúcar do pais.
Foi para o Rio de Janeiro estudar na universidade federal, se formou em Economia e fez doutorado. Adorava parar na praça da Matriz para discutir com os comerciantes e bancários coisas como a inserção brasileira no comercio mundial, A importância da transparência para o desenvolvimento da credibilidade e reputação empresarial etc...
Dirigia uma BMW 645 CI conversível e com o braço apoiado na janela seguia roncando seu “motorzão” pelas ruas, piscando para as mulheres, acenando para os amigos e sorrindo para todos. Um boa praça em uma pequena cidade onde era praticamente um dos donos. Tinha tudo o que o dinheiro podia comprar e se sentia feliz com a vida que levava. Certo dia, conversando na praça, se aproximou o vigário e perguntou se ele não gostaria de vir a missa dominical, já que toda a sua família freqüentava a Igreja aos domingos o religioso sentia sua falta. Ele deu uma risada debochada e respondeu:
_ Padre, na verdade eu sei que Deus não existe, mas respeito os que acreditam nisso, não quero discutir esse assunto porque sei que não tem fim, mas o senhor faz o que sua obrigação lhe ordena, prega o amor, o perdão ao próximo e isso é bom, mas ir a Igreja na missa eu acho uma perda de tempo. Mas mesmo assim obrigado pelo convite.
Virando-se deixou o Padre e os demais para trás e foi-se embora.
Dava festas grandiosas em seu casarão que ficava no alto de uma colina.
A vista de lá era uma imagem digna de ser pintada em um quadro.
O acesso a casa era feito por uma única estrada que subia a montanha, margeando a encosta da colina, de um lado havia o paredão e do outro, em grande parte do caminho era precipício, por isso era preciso muito cuidado e atenção para subir a colina.
Mas ele era experiente naquele trecho, não tinha medo, pois perdera a conta de quantas vezes já havia subido e descido a colina.
Mas certo dia enquanto subia com seu carrão, ouvindo o som em alto volume, deparou-se com um outro carro no sentido contrário, que fazia uma descida em alta velocidade e cantando pneu entrou na contra mão da estrada. Sem saber como, agiu pelos reflexos para evitar uma colisão eminente e viu-se saindo da estrada em direção ao precipício.
O outro carro conseguiu se alinhar ao caminho e seguiu sem parar para prestar assistência. Seu carro bateu em uma rocha na margem da estrada, o que lhe arremessou no ar, caiu e rolou em direção ao abismo, conseguindo se segurar em um arbusto que não suportou e quebrou-se. Seu carro caiu adiante direto para as pedras la embaixo.
Destruição total.
Sabia que iria morrer naquele momento, que sua vida chegara ao fim precocemente.
Em uma fração de segundos pensou em sua família, no filho que não tivera e pensou também em Deus. Em Deus? Porque? Se sabia que Deus não existe?
Foi amparado de sua queda por um galho que saia de um tronco nascido entre as rochas da parede do penhasco. Agarrou-se ali e pode respirar. Sentiu e ouviu o estalar do galho que não iria agüentar muito tempo o seu peso. Ficou rouco de tanto gritar, mas só o que ouvia era o eco de sua voz. O galho dava estalos amplificados pelo silencio do lugar e pelas paredes rochosas. Não tinha como subir, o único caminho que tinha agora era para baixo. Mais um estalo e o galho se partiu. Segurou-se como pode e ficou pendurado esperando a queda. A tarde já se ia adiantada e ele contemplou sua beleza. O por do Sol, o vôo dos pássaros, a brisa suave o canto das criaturas. Se dava conta de que nunca havia olhado dessa forma para as coisas e pensou que tantas maravilhas não poderiam ser coincidência da natureza, mas uma obra prima de um ser superior a tudo o que vemos e conhecemos.
Foi-se deixando convencer da existência e ação de Deus.
O galho dava sinais de que não agüentaria mais muito tempo.
Então em ultimo gesto, enche os pulmões de ar e grita:
_Eu creio Senhorrrrrrrr, eu creio que existes e que tudo criou para nós.
Eu creio em Ti...
Esperou por uma resposta, mas não ouviu nada além da natureza a sua volta.
Sentiu-se triste e decepcionado por não ter resposta, já que Deus tudo vê e tudo sabe.
Mas não tinha mais nada a fazer, então tentou novamente e esperou.
Então o Céu se abriu e uma voz como o som de muitas águas e trovões se fez ouvir na imensidão daquele lugar.
E disse:
_Cres em Mim?

Confortado por ter sido ouvido respondeu:

_Sim, creio Senhor.

_De todo o teu coração, de toda a tua alma e com todo o teu entendimento?

_Sim Senhor, eu creio

_Então se cres realmente e mim, solte o galho.

E assim ele o fez, soltou o galho e foi de encontro as rochas.
Seu corpo foi encontrado no dia seguinte.


Sei que você está chocado, pensou que uma “Mão Gigante” viria e o salvaria.
Ele foi salvo realmente, mas não dessa forma.
Isso é só nos desenhos animados, a vida real não é assim.
Deus não pensa como nós e não faz a nossa vontade, mas a sua própria.
Deus não é nosso servo ou nosso empregado.
Ele é Deus! Jesus, sendo Deus e só tendo feito o bem morreu na cruz,
O que você quer receber desse mundo?
Busque as coisas do alto e a Jesus enquanto pode encontrar.

“Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na Geena”. (São Mateus 10,28)

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